Brasil adiciona 2,8 GW em geração distribuída em apenas quatro meses e se aproxima de 40 GW instalados Generación

19/05/2025

Brasil

Mais de 258 mil consumidores aderiram à micro e minigeração
distribuída no primeiro quadrimestre de 2025; São Paulo lidera em número de
instalações e potência

O Brasil
registrou um avanço expressivo na expansão da micro e minigeração distribuída
(MMGD) nos primeiros quatro meses de 2025. De acordo com dados atualizados do
painel interativo da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), entre
janeiro e abril foram instalados mais de 258 mil novos sistemas, que
adicionaram ao país uma potência de 2,86 gigawatts (GW) à matriz energética.

Em abril,
apenas, o setor de geração distribuída viu a entrada em operação de 50.655
novas usinas – quase a totalidade solares fotovoltaicas, com exceção de uma
termelétrica a biogás, instalada no município de Inhumas, em Goiás. O
incremento de potência somente nesse mês foi de 524,50 megawatts (MW),
consolidando o desempenho robusto do segmento em 2025.

A MMGD
permite que consumidores, residenciais, comerciais ou rurais, gerem sua própria
energia elétrica, predominantemente a partir de fontes renováveis, como a solar
fotovoltaica. O excedente de energia não consumido no momento da geração é
injetado na rede de distribuição e convertido em créditos, que podem ser usados
em períodos em que a geração própria é insuficiente, por meio do Sistema de
Compensação de Energia Elétrica (SCEE).

Geração que
abastece milhões de imóveis

Os novos
sistemas instalados entre janeiro e abril de 2025 passaram a gerar energia e
conceder créditos a aproximadamente 393 mil unidades consumidoras, entre
residências, comércios, propriedades rurais e empreendimentos diversos. Com
isso, o total de sistemas de MMGD conectados à rede elétrica brasileira chegou
a 3,47 milhões no fim de abril.

Esses
sistemas reúnem uma potência instalada de 39,22 GW, patamar que representa um
marco importante para o setor de geração distribuída no país e sinaliza a
consolidação do modelo como uma alternativa viável e cada vez mais adotada
pelos brasileiros, diante dos benefícios ambientais, econômicos e da maior
previsibilidade na conta de energia.

São Paulo
lidera expansão; MG e MT também se destacam

O estado de
São Paulo liderou tanto em número de novas usinas quanto em potência instalada.
Foram mais de 46 mil novos sistemas conectados à rede entre janeiro e abril,
totalizando 405 MW de potência adicional. Minas Gerais aparece na segunda
colocação em potência, com 270 MW e 24 mil novas usinas, seguido pelo Mato
Grosso, com 262 MW e 19 mil instalações.

Esses dados
confirmam o protagonismo dos estados do Sudeste e do Centro-Oeste na expansão
da MMGD, beneficiados por uma combinação de fatores como irradiação solar
elevada, políticas estaduais de incentivo e crescente conscientização do
consumidor.

Perfil dos
consumidores e modelo de utilização

Segundo os
dados atualizados da ANEEL, os consumidores residenciais são responsáveis por
cerca de 80% das unidades de geração distribuída atualmente em operação (2,8
milhões de sistemas). O comércio responde por 10% (346,93 mil sistemas),
enquanto o setor rural soma 8,59% (298,24 mil sistemas), revelando o apelo
amplo e transversal da MMGD em diferentes segmentos da economia.

É
importante destacar que a energia gerada por sistemas de MMGD difere da lógica
de distribuição da geração centralizada. Enquanto a geração em grandes usinas
(hidrelétricas, térmicas, eólicas) é comercializada na Câmara de
Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), nos ambientes regulado (ACR) e
livre (ACL), a geração distribuída é consumida prioritariamente nas próprias
unidades produtoras ou em outras unidades do mesmo titular, com abatimento
direto na fatura de energia elétrica.

Essa
distinção ajuda a explicar por que a ANEEL não soma as potências da geração
centralizada e da MMGD, ainda que ambas contribuam, de forma complementar, para
a segurança e diversificação da matriz energética brasileira.

Perspectivas
e desafios

A
trajetória de crescimento da MMGD indica uma transição energética
descentralizada em curso no Brasil. O avanço da tecnologia, a redução dos
custos dos equipamentos solares e a ampliação da consciência ambiental da
população são fatores que devem manter a curva de expansão em ritmo acelerado.

Contudo,
desafios permanecem, especialmente na adaptação da infraestrutura de
distribuição e na revisão das regras do setor para garantir equilíbrio entre os
diversos modelos de geração, preservando a sustentabilidade técnica e econômica
do sistema elétrico nacional.

Ainda
assim, a perspectiva para 2025 é otimista: com quase 40 GW instalados e mais de
3 milhões de sistemas ativos, o país se consolida como uma das principais
referências globais em geração distribuída, reforçando o protagonismo da
sociedade na produção de energia limpa e acessível. (Cenário
Energia – Brasil)