Ramalho, Darcy; Balestro, Ana
Centro Pesquisas Energia Eletrica; Industria Eletromecanica Balestro
A maior parte dos isoladores poliméricos utilizados no setor elétrico são compostos, ou seja, são constituídos de pelo menos dois materiais isolantes, um núcleo e um revestimento, e equipados com ferragens integrantes metálicas em pelo menos uma de suas extremidades.
O núcleo é a parte isolante central de um isolador, projetada para suportar as cargas mecânicas do isolador e é formada, usualmente, por fibras de vidro posicionadas numa matriz a base de resina sintética, de forma a se obter a máxima resistência à tração, por seção. O núcleo não deve ficar submetido às condições ambientais do local onde o isolador deve ser instalado e assim sendo, deve ser coberto com um revestimento que, além de proteger o núcleo das intempéries, principalmente no que diz respeito à penetração da umidade e solicitações ambientais, tem como finalidade assegurar uma adequada distância de escoamento ao isolador, proporcionando um isolamento elétrico adequado entre os terminais metálicos.
Este revestimento deve ficar fortemente aderido ao núcleo, garantindo uma perfeita estanqueidade contra a penetração de umidade. Caso contrário poderá ocorrer o aparecimento de descargas parciais na interface dos materiais, causando a deterioração do revestimento e conseqüentemente a exposição do núcleo, que pode romper devido à fratura frágil, ou ainda poderá ocorrer uma descarga disruptiva que percorre toda a região não aderida, danificando o núcleo.
Este artigo mostra os problemas surgidos devido à falta de aderência tanto nas interfaces entre núcleo, revestimento e ferragens integrantes quanto no corpo do isolador e também os diversos procedimentos utilizados pelos fabricantes para garantir a aderência e a estanqueidade necessárias, além de propor uma nova metodologia de ensaio para fazer a avaliação correta da qualidade da aderência nas diversas interfaces existentes em um isolador polimérico.
Este artigo aborda também o uso de cobertura total ou de parte das ferragens integrantes com o revestimento do núcleo, fato este questionado por alguns usuários de isoladores poliméricos, devido a problemas de aderência entre o revestimento e as ferragens integrantes, mas que apresenta diversas vantagens frente aos procedimentos usuais.